Religião no Censo 2022: Pará tem maior percentual de católicos do Norte
O IBGE divulgou, nesta sexta-feira (06), os resultados preliminares da amostra do Censo Demográfico 2022 sobre religião, revelando o perfil religioso da população brasileira, os dados referem-se às pessoas com 10 anos ou mais de idade.
No cenário nacional, a religião católica apostólica romana manteve-se como o maior grupo religioso, com 56,75% da população (100,2 milhões de pessoas). No Norte, porém, esse percentual foi inferior à média nacional, atingindo 50,48% (7,3 milhões de pessoas), o menor entre as grandes regiões.
No Pará, a proporção de católicos foi de 54,35% (3,7 milhões), o maior percentual entre os Estados nortistas. Em comparação com o Censo de 2010, quando os católicos eram 61,12% da população paraense, observa-se uma queda de 6,77 pontos percentuais.
O grupo dos evangélicos registrou crescimento. Em 2022, eles representavam 26,85% da população brasileira (47,4 milhões de pessoas). Na Região Norte, o percentual chegou a 36,79% (5,3 milhões), o maior entre todas as regiões. No Pará, os evangélicos somavam 35,27% da população (2,4 milhões), o sexto maior percentual do Brasil. O estado já havia registrado 26,25% de evangélicos em 2010, o que indica um avanço de 9,02 pontos percentuais em doze anos. O Pará foi o terceiro estado onde mais teve crescimento proporcional dos evangélicos ficando atrás somente de Acre (11,8 p.p) e Amapá (9,25 pp.). Entre os sete estados com os maiores percentuais de evangélicos no país, seis estão na Região Norte, são eles: Acre (44,38%), Rondônia (41,08%), Amazonas (39,37%), Amapá (36,37%), Pará (35,37%) e Roraima (34,35%).
A religião espírita teve presença reduzida na região e no estado. No Brasil, o espiritismo representava 1,84% da população (3,2 milhões de pessoas). Na Região Norte, o percentual foi de apenas 0,43% (62 mil pessoas), o menor entre as regiões. No Pará, apenas 0,37% da população (25,3 mil pessoas) se declararam espíritas em 2022, o terceiro menor percentual entre as unidades da federação. Em 2010, esse percentual era de 2,16% no país, 0,54% no Norte e 0,5% no Pará.
As pessoas que declararam não ter religião correspondiam a 9,28% da população brasileira (16,3 milhões). No Norte, a proporção foi de 8,19% (1,1 milhão), o segundo menor índice entre as regiões. No Pará, o percentual de pessoas sem religião ficou em 7,06% (481 mil), também o segundo menor da Região Norte, atrás apenas do Tocantins (6,45%), e o oitavo menor entre todos os estados brasileiros. O número pouco variou em relação ao Censo de 2010, quando o estado registrava 6,96% de pessoas sem religião.
Em Belém, capital paraense, o catolicismo permaneceu como o grupo religioso com maior número de adeptos em 2022, embora tenha apresentado queda de 7,5 pontos percentuais em relação a 2010: passou de 62,76% para 55,25% da população com 10 anos ou mais de idade. Em contrapartida, a proporção de evangélicos cresceu no mesmo período, passando de 27,78% para 33,43% — um aumento de 5,6 pontos percentuais. O percentual de pessoas sem religião apresentou leve alta, saindo de 5,32% em 2010 para 5,72% em 2022. Já a religião espírita teve uma pequena redução, passando de 1,64% para 1,27% no período.
Cidade Modelo: redução de católicos, aumento de evangélicos
Entre os Censos de 2010 e 2022, Castanhal apresentou uma redução na proporção de católicos apostólicos romanos, que passaram de 66,37% para 55,76% da população com 10 anos ou mais de idade — um total de 91.969 pessoas em 2022.
No mesmo período, os evangélicos ampliaram sua participação no município, saindo de 26,28% para 35,99% (59.358 pessoas).
O percentual de pessoas sem religião também teve leve aumento, passando de 4,74% em 2010 para 5,03% (8.301 pessoas) em 2022.
Outras religiosidades representavam 2,37% (3.913 pessoas), frente aos 2,07% de 2010. A religião espírita passou de 0,36% para 0,44% (730 pessoas), enquanto as práticas de Umbanda e Candomblé cresceram de 0,07% para 0,29% (480 pessoas) no período analisado.
OUTROS MUNICÍPIOS
Entre os municípios paraenses, a maior proporção de católicos apostólicos romanos, na população com 10 anos ou mais de idade, foi registrada em Santa Luzia do Pará (80,3%), e a menor em Cumaru do Norte (36,3%). Em relação aos evangélicos, a maior proporção foi registrada no Bagre (53,4%), e a menor em Santa Luzia do Pará (18,1%). Já a maior proporção de espiritas foi observada em Belém (1,27%), enquanto a maior proporção de praticantes de Umbanda e Candomblé foi registrada em Santa Izabel do Pará (0,98%).
Cumaru do Norte tinha, em 2022, a maior proporção de pessoas sem religião (19,1%). Eldorado dos Carajás tinha a maior proporção de pessoas de outras religiosidades (9,9%)e Jacareacanga tinha o maior percentual de adeptos de tradições indígenas (2,2%), Cumaru do Norte foi o município com maior percentual de pessoas se religião (19,1%).
Os católicos apostólicos romanos eram o grupo de religião predominante (isto é, estavam em proporção superior a todos os demais grandes grupos) em 129 municípios paraenses em 2022. Em 97 municípios, eles representavam mais da metade da população com 10 anos ou mais de idade. Em 15 municípios, os evangélicos eram o grande grupo religioso predominante.
No recorte por sexo, os dados mostram variações na composição de gênero entre os grupos religiosos no Pará. Entre os católicos, a distribuição era relativamente equilibrada, com 51% de homens e 49% de mulheres. Já entre os evangélicos, havia um predomínio feminino, com 53,92% de mulheres e 46,08% de homens. A situação se inverte no grupo das pessoas sem religião, no qual 58,61% eram homens. Nas outras religiosidades, as mulheres também eram maioria, representando 52,51%.
Em 2022, o catolicismo predominou em todas as categorias de cor ou raça no Pará. Entre as pessoas que se declararam brancas, 54,2% eram católicas, 34,4% evangélicas e 7,1% sem religião. Percentuais semelhantes foram observados entre as pessoas pretas, sendo 53,2% católicas, 34,3% evangélicas e 8,6% sem religião. Entre os pardos, 54,8% da população era de religião católica, 35,7% evangélica e 6,7% sem religião.
As tradições indígenas e os católicos apostólicos romanos apresentaram as maiores taxas de analfabetismo entre as pessoas com 15 anos ou mais de idade no estado: 29,5% e 9,2%, respectivamente. Entre as pessoas sem religião, a taxa foi de 8%, enquanto no grupo de evangélicos, foi de 7,8%. Os praticantes de Umbanda e Candomblé registraram 4,7%, os de outra religiosidade,4,2%, e entre os espíritas a percentual ficou em 0,7%.